Uma nova rede social está a dominar a esfera da internet. Apesar de ter nascido em 2006, só agora começa a entrar na rotina dos portugueses, virando claramente uma nova moda. O twitter, não é nada mais do que a "postagem" na hora de mensagens instantaneas sobre aquilo que quisermos, ora informações pessoais (como por exemplo o que estamos a fazer), ora informações que nos dão conta do que se passa em nosso redor, quase funcionando como um press-release instantaneo e mais curto.
Esta ferramenta, dizem os especialistas, ser algo bastante funcional para os jornalistas, pois faz com que o profissional entre em contacto mais rapido e de forma directa com as suas fontes. Ou seja, há a possibilidade de o jornalista saber dos factos na hora o que facilita a sua tarefa e pode "provocar" mais notícias de ultima hora. Contudo, os jornalistas portugueses ainda não aderiram muito a esta nova ferramenta de comunicação, tal como afirma Paulo Querido.
Resta-me interrogar sobre a fiabilidade desta nova ferramenta, que ainda está em crescimento. Será que o jornalista pode levar a serio tudo o que aparece? Será que deve confiar nesta nova ferramenta? Será que não existirá um reverso da medalha nesta nova moda?
São as questões habituais que tenho vindo a questionar-me sobre todas as novas funcionalidades on-line. Afinal, na minha opinião, não há nada como o contacto directo e visual com as fontes.
É do conhecimento geral que a Internet não é nada mais do que um excelente meio de comunicação nos dias que correm. Contudo, há que especificar melhor o que esta é, na verdade, pois muitos utilizadores não têm a sua real percepção. A internet, trata-se de um aglomerado de computadores ligados em rede, onde estes partilham toda e qualquer informação. Ao contrário do que se julga, a internet não é como muitos dizem, o fenómeno World Wide Web.
A Rede nasceu em 1969 como projeto ARPAnet do Departamento de Defesa dos E.U.A. Tratava-se de uma rede experimental militar capaz de suportar estragos parciais e garantir a compatibilidade entre máquinas diferentes. O objectivo básico era que cada computador conectado pudesse falar com qualquer outro que também estivesse na Rede: peer-to-peer (entre iguais). Assim sendo, no auge da guerra fria os cientistas criaram uma rede que continuasse de pé, sem falhas, em caso de bombardeamentos, o que possibilitaria a comunicação entre um ponto A e um ponto C mesmo que o ponto B entrasse em colapso.
Muita confusão está patente entre o fenómeno internet e web2.0. A terminologia "web 2.0" nasceu em 2004 pelas mãos da empresa O'Reilly Media e é visto como uma mera estratégia de marketing que visa a maximização do lucro. Esta segunda geração de serviços na internet, dá maior relevância à troca, colaboração e partilha de informações on-line.
Com esta nova geração, o utilizador da internet deixa de ser um mero receptor, passivo ou activo, e passa a ser também um emissor. Hoje em dia qualquer usuário pode colocar um vídeo no youtube, pode criar um blog e "postar" os seus comentários, os seus textos. Para Tim O'Reilly, fundador da O'Reilly Media a Web 2.0 possibilita "desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva" e isso é o mais importante.
Esta nova "ferramenta" ou esta nova evoluçao da web 1.0 para 2.0, faz com que o utilitário também possa ser reconhecido pelo seu trabalho, vejamos o caso de blog famosos, ou mesmo bandas que se tornam mundialmente conhecidas fruto de sites como MySpace. Contudo nem tudo são "rosas" nem conto, e há claramente coisas negativas a retirar desta evolução que muitos apelidam como uma estratégia de marketing.
Se este salto que foi dado para a 2.0 foi um salto que fora muito esperado, muitas coisas negativas advieram do mesmo e talvez a sociedade, apesar de não se aperceber, saiu prejudicada. Na minha opinião, esta nova web pode ser usada sem discernimento, com um unico propósito - Manipulação da opinião pública e decisão de consumidores. Certamente que todos os dias encontramos em blogs e redes sociais artigos que claramente opinam sobre determinados assuntos, e que nos levam a pensar de determinada forma. Certamente, pois, que todos os dias somos bombardeados de campanhas publicitárias sem limites.
Existirá solução para este fenómeno? Na minha opinião cada vez mais será dificil controlar os meandros e as malhas que a internet esconde. Tudo é possível com ela. Se não houver seriedade, se não houver transparência, a web não será aproveitada da melhor maneira. Num piscar de olhos, o que hoje é verdade, agora já não o é...
